- Sabe? Fechei hoje meu livro de versos ...
E num sorriso radioso:
- Com um belo soneto!
(...)
- Como você é dolorosa! Dir-lhe-ia bem o nome de irmãzinha das dores.
Nos seus olhos parecem caber toda a tristeza deste mundo,
a sua boca é já um belo verso doloroso
e a sua voz é a própria dor em música ...
E repetiu o último terceto:
Ó pavoroso mal de ser sozinha!
Ó pavoroso e atroz mal de trazer
Tantas almas a rir dentro da minha!
(Florbela Espanca - À Margem dum Soneto)
(O Dominó Preto - Livro de Contos)
.
.
E num sorriso radioso:
- Com um belo soneto!
(...)
- Como você é dolorosa! Dir-lhe-ia bem o nome de irmãzinha das dores.
Nos seus olhos parecem caber toda a tristeza deste mundo,
a sua boca é já um belo verso doloroso
e a sua voz é a própria dor em música ...
E repetiu o último terceto:
Ó pavoroso mal de ser sozinha!
Ó pavoroso e atroz mal de trazer
Tantas almas a rir dentro da minha!
(Florbela Espanca - À Margem dum Soneto)
(O Dominó Preto - Livro de Contos)
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