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8 de março de 2011

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- Sabe? Fechei hoje meu livro de versos ...
E num sorriso radioso:

- Com um belo soneto!

(...)

- Como você é dolorosa! Dir-lhe-ia bem o nome de irmãzinha das dores.
Nos seus olhos parecem caber toda a tristeza deste mundo,
a sua boca é já um belo verso doloroso
e a sua voz é a própria dor em música ...

E repetiu o último terceto:

Ó pavoroso mal de ser sozinha!
Ó pavoroso e atroz mal de trazer
Tantas almas a rir dentro da minha!



(Florbela Espanca - À Margem dum Soneto)

(O Dominó Preto - Livro de Contos)


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