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8 de fevereiro de 2011

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- Amor meu!

- Um momento!
(Colhe um bem-me-quer e desfolha as pétalas uma a uma)

- Que é? um ramo?

- Nada, é brincadeira.

- Como?

- Haveis de dar risada!
(Vai arrancando as pétalas e murmurando)

- Que dizes?

- Bem-me quer... mal-me-quer...
(a meia voz)

- Angélica alma de mulher!

(continuando)
- Bem-me... mal-me-quer... me-quer...
(Desfolhando a última pétala, com júbilo encantador)
Bem-me-quer!

- Sim, meu anjo, e te seja a sentença
da flor celeste juizo. Bem te quer!
Compreendes o que significa bem te quer?
(Toma-lhe as duas mãos)

- Ah, que tremor!

- Não estremeças! Que este olhar,
que esta pressão da mão te diga
o que é inexprimível:
Dar-se de todo e sentir na alma
um êxtase que deve ser eterno!
Eterno! Sim! - seu fim seria o desespero.



(Goethe - Fausto)

(Tradução - Jenny K. Segall)

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